segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

The rip



Queria ouvir uma música exatamente assim: que me contasse tudo o que sinto e que é indiscernível a nível de imaginação real. Não há imaginação, há calefação. Algo que dilata seu olhar e o faz ver que o amanhecer é o futuro apresentado. Ela me cantava e paralelamente ao repetível das notas me trazia tristeza e tristeza. Tristeza fria fria como uma pancada nas águas dos olhos. E fez com que ficasse ainda maior, toda essa imaginação quase encarnada como uma pintura. E o fim desapareceu porque a fluidez do nada o levou para as vozes que a levaram para sempre sempre que pudesse imaginar: portas abertas para o infinito acabado nas cinzas dos dragões. O fim finda o sêmen do alvorecer cheio de pétalas negras dialetizadas em outras gradações de negras folhas do escurecer. Ela o levou para sempre. Ele a perdeu para sempre. Como acabam todas as histórias no nível da imaginação inimaginável. Mas ela o seguiu na névoa que tapava as constelações que refratavam seu rosto rosto rosto rosto.
Por Carol Lara

Nenhum comentário:

Postar um comentário