terça-feira, 16 de março de 2010

arte e filosofia


Arte, Ciência e Filosofia: novas linguagens contemporâneas

16/03, terça-feira
, às 16h, auditório Sônia Viegas da Faculdade de Letras


O assunto.

De como a arte se alimenta da filosofia e vice-versa.
De como arte e ciência andam de mãos dadas.
Videoarte, webarte, intervenção urbana (na rua e na web).
Corpos Informáticos, um possível exemplo.

Quem é.

Maria Beatriz de Medeiros (Bia Medeiros) Professora associada da UNB, possui mestrado em Estética - Universite de Paris I (Pantheon-Sorbonne) (1983), doutorado em Arte e Ciências da Arte - Universite de Paris I (Pantheon-Sorbonne) (1989), pós-doutorado em Filosofia no Collège International de Philosophie, Paris (2000). Coordenadora do Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos, Coordenadora Adjunta para a área de Artes na CAPES (2005-2010). Suplente na cadeira de Artes Digitais no Conselho Nacional de Cultura.

segunda-feira, 8 de março de 2010

domingo, 7 de março de 2010

“É um frio e sofrido aleluia”

Pertinente jamais sabermos o que se passa pelos nervos de qualquer pessoa; embora existam seres humanos que pensam que sabem sobre qualquer coisa sobre si próprios e também sobre outros seres humanos. Aleluia é o vácuo do pensamento. É uma expressão de expurgo simbólico dos nervos aferentes e eferentes; de origem religiosa, mas não pertencente a religião alguma.

Aleluia como verbigeração do pensamento, talvez. Pode funcionar também como o que denominamos ecolalia ou mussitação. É imoderado, portanto, dizer qualquer coisa sobre qualquer coisa que diz respeito a estabilidade de qualquer nervo de qualquer ser. São combinações químicas imprevisíveis. Aleluia está perto da esquina do segundo quarteirão, vindo de baixo para cima da primeira casa onde morei sozinha. Ouvi muitos aleluias nas diversas vezes que passei por lá. Geralmente, essa pronunciação vem de pessoas incomuns aquelas que achamos que são comuns. Por isso é facilmente identificada nas igrejas, nos mosteiros, nos retiros, nos acampamentos rippies e nos manicômios (na época em que o sistema público de saúde não era humanizado).

Existem algumas insistências desnecessárias: se eu vou a Paris, eu vou a Paris e não levo ninguém comigo. Então qual a necessidade de dizer que fui a Paris depois que se chegou de Paris? Tampouco dizer que vou ou dizer que fui. Dá no mesmo. Percebe que a importância disso está determinada apenas no pensamento de quem expressou esse pensamento? Aleluia não é condição para pensamento algum ou vice versa. A menos que o devaneio seja também pensamento. Quando as importâncias são eliminadas, nada mais que aleluia!

Quem se importa com a quantidade de livros que alguém lê ou escreve? Algumas pessoas idiotas. Além da própria pessoa que leu ou escreveu. É claro, essa pessoa leu e escreveu para que outras pudessem saber que ela leu e escreveu como se isso transformasse seu mundo, a idéia que ela tem de mundo e de vida e que, naturalmente, compartilharia com quem ela pensa que vai entender. E obviamente, isso não é uma verdade. Os escritores e os leitores mesmo não se ocupam com essas demências.

E isso não é sério. Tem apenas tom de seriedade. Eu, neste momento, estou alegre, de pijama curto e rosa, de pano fino, quase seda, com cólicas nas entranhas e ouvindo Leonardo Cohen. Por isso eu devo estar escrevendo isso. Já ouviram “Aleluia”, dele? É maravilhoso. Mas não preciso dizer isso. Não significa que alguém tem que ouvir e achar que seja maravilhoso só porque eu disse ser maravilhoso.

E é claro que não deveria nem publicar isso. É claro que nem deveria ter um blog que não considero importante e que nem ao menos acho que o que eu escrevo pode vir a ser importante para alguém. Mas como vou saber? Deve ser para isso que mantenho isso. Uma aposta em aleluia! Mas, pensando bem, qual é a diferença se por acaso você receber elogios desmerecidos ou indiferenças merecidas?