domingo, 13 de setembro de 2009

Der Krieger und die Kaiserin


Quando você não sabe por onde começar algo, você começa simplesmente. Metendo palavras no papel como se não quisesse falar nada, só para ver se sai alguma coisa. E costuma não sair grande coisa; então, ou você joga fora ou você joga fora. Mas não é o caso, por exemplo, quando conversa com um amigo. Você começa quase que despretensiosamente, quase que apenas para não ficar em silêncio, e transporta um pequeno pensamento para o campo filosófico que inclui esse mesmo pensamento.

Várias coisas no mundo são disparadoras de horror, horror que nos faz boca-aberta. Uma delas, ou pouquíssimas delas, compartilho com um colega que não conheço que achei quase (também) por acaso na internet. Ele disse que tem gente que constrói objetos (não disse com essas palavras), mas é como se fizesse algo para que no fim, durante e sempre, levasse somente a um pequeno pensamento, lá, no ermo, dizendo: “Olha como eu sou genial”. O fã de Tom Tykwer estava a dizer sobre a obra do cineasta alemão “Der Krieger und die Kaiserin”, 2000. Pensei quase isso ao assisti-lo: “como é possível isso”? Ou seja, como é possível criar tais imagens??? E olha que nem me atentei para os detalhes técnicos, que o colega descreve em seu blog, embora eles façam parte do arranjo fílmico que me levou para esse bloco de sensação, que em mim, me fez devir gavião (não pergunte).

E fico me perguntando: como unir pensamentos que se calam diante do objeto? O à-toa do escrever e do dizer tem a ver com isso. Como fazer a coisa dizer o que nunca foi dito? (pelo menos não daquele jeito, vindo daquela forma). Por incrível que pareça, me lembrei desse filme, pois faz um tempo que assisti, ontem, vendo “Solo a dois”, de Alex Soares, dentro da programação do 1, 2 na dança. Foram três apresentações na noite, sendo esta a que menos amei, mas foi a que me levou para a “Princesa e o Guerreiro”, do diretor de “Corra lola, corra”.

O conflito entre duas personas, que são só uma, e que ora se entrega às linhas da vida que se cruzam, ora recusa, ora desiste e ora supera. Um sujeito sujeito a hecceidade.

Onde já se viu, me digam, um cineasta, na atualidade, que coloca, descaradamente, um personagem fazendo esquizoanálise? Especificamente, refiro-me as cenas ao final do filme, desde o momento do retorno ao posto de gasolina. Sim, colega, o cara é genial!

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