domingo, 5 de abril de 2009

ossos do desperdício


Corpo-Massa: pele e ossos, dança com duração de 2 horas, ontem, no Espaço Ambiente, ganhou outra ossada. Os bailarinos de Pernambuco, donos de suas próprias coreografias, souberam muito bem mudar tudo, de repente, com um novo corpo em cena. É que não sou bailarina, mas como não agüento ficar parada e não me contentei apenas em jogar luzes em seus corpos, proposta da Cia neste espetáculo, depois de uma tentativa frustrada de alongamento (pois já entrei me jogando literalmente), tirei as botas (e...) e, juntos, por aproximadamente 1 hora, produzimos um novo espaço/tempo/volume, movimentos não previstos e suores a queima pele. Foi uma experiência tão bizarra; adentrar assim na dança dos outros, mas ao mesmo tempo, tão incrível, que decidi voltar a dançar. Opa, opa! Voltar a dançar significa apenas formalizar, em chão propício, um espaço mais apropriado para quedas, rodopios, vôos e falsos desmaios. Desterritorializo então meu espelho, minhas paredes e convido a todos (que amam a dança, evidentemente) a experimentarem forças estranhas a favor de um desejo de desenhar um corpo que tudo e nada pode quase ao mesmo tempo.

Acho que os homens, José e Marcelo, se apresentam novamente hoje, no Espaço Ambiente, (garanto que não com o mesmo espetáculo). Penso que, para além da luz, vagalumes ao de brilhar.

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